A
educação, segundo a concepção platônica, visava a testar as aptidões dos alunos
para que apenas os mais inclinados ao conhecimento recebessem a formação
completa para ser governantes.
Essa era a finalidade do sistema educacional planejado pelo filósofo, que
pregava a renuncia do indivíduo em favor da comunidade. O processo deveria ser
longo, porque Platão acreditava que o talento e o gênio só se revelam aos
poucos.
A
formação dos cidadãos começaria antes mesmo do nascimento, pelo planejamento eugênico da
procriação. As crianças
deveriam ser tiradas dos pais e enviadas para o campo, uma vez que Platão
considerava corruptora a influência dos mais velhos. Até os 10 anos, a
educação seria predominantemente física e constituída de brincadeiras e
esporte. A idéia era criar uma reserva de saúde para toda a vida. Em seguida,
começaria a etapa da
educação musical (abrangendo música e poesia), para se aprender
harmonia e ritmo, saberes que criariam uma propensão à justiça, e para dar
forma sincopada e atrativa a conteúdos
de Matemática, História e Ciência. Depois dos 16 anos, à música se somariam os exercícios físicos,
com o objetivo de equilibrar força muscular e aprimoramento do espírito.
Aos
20 anos, os
jovens seriam submetidos a um teste para saber que carreira deveriam abraçar.
Os aprovados receberiam, então, mais dez anos de instrução e treinamento para o
corpo, a mente e o caráter. No teste que se seguiria, os reprovados se
encaminhariam para a carreira militar e os aprovados para a filosofia – neste
caso, os objetivos dos estudos seriam pensar com clareza e governar com
sabedoria. Aos 35 anos,
terminaria a preparação dos reis-filósofos. Mas ainda estariam previstos mais
15 de vida em sociedade, testando os conhecimentos entre os homens comuns e
trabalhando para se sustentar. Somente os que fossem bem-sucedidos se tornariam
governantes ou “guardiães do Estado”.
Em
suma, todo o sistema educativo de Platão se baseia na procura da Verdade
cuja posse definirá o verdadeiro filósofo e também o verdadeiro político.
O curso de estudos, para Platão deveria ser de
cinco períodos:
1º- dos
3 aos 6 anos:
Prática do pentatlo (Nome colectivo de cinco exercícios que constituíam os jogos da Grécia, em que entravam os atletas: salto, carreira, luta, pugilato e disco. Dança e música para ambos os sexos). 2º- dos 7 aos 13 anos: Introdução paulatina da cultura intelectual e acentuação dos exercícios físicos. A partir dos 10 anos, aprendizagem da leitura e escrita e cálculo por processos práticos. Afasta-se assim dos costumes atenienses que começavam a educação intelectual antes dos 10anos. 3º- dos 13 aos 16 anos: Período da educação musical. O programa é dividido em duas secções: uma literária, compreendendo gramática e aritmética; outra musical, compreendendo poesia e música. Ensina-se a tocar a cítara e prefere-se a música dórica, enérgica e viril. 4º- dos 17 aos 20 anos: Período da educação militar. Os jovens deverão adquirir resistência e uma saúde a toda a prova. Será preciso harmonizar a música à ginástica, faziam-se os homens ferozes. Somente com a música, produzir-se-iam os afeminados. 5º- dos 21 anos em diante: Apenas os jovens mais capazes devem continuar a educação já com carácter superior e baseada nas Matemáticas e Filosofia. Entre eles, seleccionam-se os futuros governantes, prosseguindo sua educação até os 50 anos. Essa educação pode ser distribuída da seguinte forma: · Dos 21 aos 30 anos: estuda-se com profundidade: aritmética, geometria e astronomia. · Dos 31 aos 35 anos: predomínio da formação filosófica e dialéctica, sem prejuízo dos estudos matemáticos. · Dos 35 aos 50 anos: O magistrado será incumbido de uma função pública e empregará os seus talentos para a prosperidade do Estado. Ninguém será admitido ao governo, antes dos 50 anos de idade. |
Aristóteles
afirmava que o objetivo da educação é fazer as pessoas virtuosas. Devia,
portanto, haver três períodos de treinamento, adaptados aos três períodos do
desenvolvimento do homem. O primeiro, que vai do nascimento aos sete anos de
idade, seria inteiramente dedicado aos exercícios do corpo, como preparativos
para o ensino escolar formal. O segundo seria o do ensino formal, indo dos sete
aos vinte e um anos. Consistiria no ensino da Literatura, Música, Ginástica,
etc.
Na
teoria de Aristóteles, como na de Platão, a educação era questão afeta ao
Estado, cabendo a este controlá-la. Segundo Aristóteles, cumpre ao Estado
determinar quais as crianças que, devido a um defeito físico, devem viver e
quais as que devem ser destruídas logo após o nascimento. O Estado determina,
também, com quem o homem deve casar-se, a fim de ser assegurada uma prole
desejável. O Estado, afirmava ele, deve empregar a educação para criar cidadãos
que possam defendê-lo e torná-lo melhor.
As teorias de Platão e Aristóteles, ressaltando o emprego da educação pelo Estado como meio de preparar bons cidadãos, não exerceram, em sua época, grande influência na vida de Atenas. Ao contrário, dominava a dos sofistas, na qual a educação se destinava a atender aos interesses individuais. O individualismo daquele tempo não seria logo eliminado por uns poucos filósofos. O povo ouvia-os, mas seguia seus próprios interesses e exigia um tipo de educação que os tornasse mais felizes e lhes proporcionasse maiores êxitos. Viviam empolgados por visões de vitórias pessoais e pela felicidade de certas criaturas; de modo algum sentiam disposição para ouvir os filósofos que davam a entender que o êxito e a felicidade dependiam do bem-estar do grupo.
As teorias de Platão e Aristóteles, ressaltando o emprego da educação pelo Estado como meio de preparar bons cidadãos, não exerceram, em sua época, grande influência na vida de Atenas. Ao contrário, dominava a dos sofistas, na qual a educação se destinava a atender aos interesses individuais. O individualismo daquele tempo não seria logo eliminado por uns poucos filósofos. O povo ouvia-os, mas seguia seus próprios interesses e exigia um tipo de educação que os tornasse mais felizes e lhes proporcionasse maiores êxitos. Viviam empolgados por visões de vitórias pessoais e pela felicidade de certas criaturas; de modo algum sentiam disposição para ouvir os filósofos que davam a entender que o êxito e a felicidade dependiam do bem-estar do grupo.
Disponível em:<http://www.samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/e00homem.htm>.
Acesso em: 25 abr. 2012.
Disponível em:<http://www.dialogocomosfilosofos.com.br/category/platao/>.
Acesso em: 26 abr. 2012
Disponível em:<http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/academia/academia4.htm>.
Acesso em: 25 abr. 2012
Antes mesmo de existirem escolas, a educação já era assunto de pensadores. Um dos primeiros foi o grego Sócrates, para quem os jovens deveriam ser ensinados a conhecer o mundo e a si mesmos. Para seu discípulo Platão, o conhecimento só poderia ser alcançado num plano ideal e nem todos estariam preparados para esse esforço. Aristóteles, discípulo de Platão, inverteu as prioridades e defendeu o estudo das coisas reais como um meio de adquirir sabedoria e virtude. O sistema de ensino que ele preconizou era acessível a um número maior de pessoas.
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